A Ciência tem o dever de convencer

Não é de hoje que me arrisco em dizer que, se nos corredores das universidades, fizéssemos mais Ciência e menos fofoca, seríamos o País com maior produtividade em Ciência. Digo isso porque, ao meu ver, a Ciência tem a obrigação de “convencer”, ou seja, “levar alguém a reconhecer uma coisa mediante provas cabais”. No mais das vezes, no entanto, principalmente nos corredores, baseamos nossas afirmações nos verbos persuadir e manipular. Persuadir é levar alguém a aceitar coisa diversa daquela que inicialmente desejava. No entanto, sem provas, baseada em “boa conversa”. Cientista, portando, não deve persuadir. Muito menos, manipular, que é dirigir ou influenciar as pessoas inescrupulosamente para se obter delas o que se deseja. Nas universidades e em quaisquer lugares, em época de eleição (ou de consulta), persuadir e manipular são verbos predominantes. Quando convencer deveria ser a regra. A vida seria muito melhor, em todos os sentidos, se jamais abríssemos mão de sermos cientistas todas as horas do dia.

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