quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

As mães proscritas da sociedade

Hoje li uma postagem no Facebook da minha amiga jornalista Ana Antony que me tocou profundamente. Principalmente porque, como ela, talvez, eu também seja visto por muitos como “defensor de bandido”. Tive o cuidado de fazer contato com ela e pedir autorização para usar a linha de raciocínio dela para a minha postagem. Prefiro, agora, na hora de escrever, mostrar o próprio texto dela, uma vez que fui autorizado:
“Vejo o pessoal atacar as mães dos condenados e jogarem pedras, nas que agora também se já não eram, tornam-se proscritas da sociedade. Nunca conheci a mãe de alguém na prisão, alguém vítima de massacre na prisão, nunca conheci ninguém que veio comigo e disse: Olha Ana, este é o meu filho, morro de orgulho dele, ele é ladrão, é assassino, estuprador, que orgulho. Elas são o retrato do sofrimento. Mas já vi a sociedade em sua hipocrisia, aplaudir mãe de políticos, orgulhosas, senhoras de mais alto respeito e lugar social apresentarem seus filhos políticos, alguns deles, muitos deles, corruptos, ladroes, responsáveis por verdadeiros genocídios. Responsáveis pelo terror que assola Manaus. Não querem bandidos, não votem neles.”
Será possível que não aprendemos nada com “As mães da Praça de Maio”, mulheres que se reuniam na Praça de Maio, em Buenos Aires, na Argentina, em busca de informações sobre os filhos desaparecidos durante a ditadura militar? Quem é mais bandido nesta história toda? Os que estão lá presos ou os que administram mal os presídios? Viver em democracia é um processo lento de aprendizado. Como diz a minha colega Ana Antony, se você não quer bandidos lotando as cadeias, não vote em políticos corruptos e desonestos, que, no fundo, patrocinam indiretamente as matanças. Não queiram, porém, transformar as mães de presos e suas famílias e seres proscritos na sociedade. Sem a defesa dos direitos humanos, retornaremos à barbárie. Superemos esta maldita barbárie mental enquanto ainda podemos!


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