sexta-feira, 27 de maio de 2016

A secular cultura da violência

A cultura da violência machista entre nós, os humanos, é secular. E bíblica! Portanto, não me venham com este discurso que o feminismo “é coisa da esquerda e dos esquerdistas”. Este é um discurso da extrema direita que tenta se aproveitar de um fato da mais alta gravidade para “vender” a ideologia da punição violenta como única saída para o problema. O que temos de fazer, tanto homens quanto mulheres, é, antes de tudo, reconhecermos o nosso machismo. Impregnado na nossa cultura desde antes do nascimento. Portanto, não nego a ninguém: nasci e fui criado em uma família tradicionalmente machista apostólica romana. Luto, desesperada e diariamente para vencer cada um dos defeitos culturais congênitos que em mim foram impregnados. Quando militei na luta contra a Pedofilia (e até fui covardemente agredido por isto sem que a Instituição na qual trabalho tenha me defendido) foi por ter adquirido a consciência de que nenhuma mulher deve ser violentada, muito menos uma criança. Quando jornalista, lutei arduamente contra argumentos que ainda leio hoje: “também, ela queria o quê?” Preconceituosos, estupradores e torturadores escondem-se por trás do “manto sagrado” da Bíblia; quando não para justificar a própria violência, para justificar “punições duras e exemplares”. Em casa, no trabalho, na vida em sociedade, ainda somos violentos demais. Precisamos nos tratar permanentemente. Ter consciência disto e tentar vencer nossos monstros dia após dia é primordial para mudarmos o nosso mundo e o mundo das demais pessoas. Não se passa da cultura da violência para a cultura da amorosidade da noite para o dia. Cada um de nós, homens principalmente, precisamos dar o primeiro passo. Só teremos uma sociedade mais justa quando a distinção de gênero não mais existir como forma de medir o maior ou o menor grau de violência de um ser contra o outro.


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