quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A universidade das mentes atrasadas

A universidade brasileira não se moderniza porque falta investimento. Ainda que o Governo Federal tivesse condições de liberar recursos sem limites, esbarraríamos no ranço do conservadorismo. Enquanto meia dúzia de abnegados, às vezes considerados visionários ou, na linguagem mais popular, porra-loucas, empurram a universidade para a frente, mil dúzias a querem no mesmo lugar e um milhão de dúzias puxam-na para trás. Não fossem os visionários, os avanços seriam muito menores. Esbarramos nas mentes que dariam vergonha a Sócrates e Platão e não temos, ainda, quem consiga entender minimamente Anísyo Teixeira e Paulo Freire. As experiências pedagógicas, de tão velhas, dão vontade de chorar. A ousadia é punida com isolamento, das menores unidades à direção maior. Ninguém quer sair da zona de conforto. Uma universidade ou outra possui um ponto fora da curva, usado como escudo. No mais das vezes, impera a mediocridade coletiva. Na universidade das mentes atrasadas ser anacrônico te faz idolatrado. O mofo espalha-se por todos os lados, inclusive, pelos trabalhos acadêmicos, dissertações e teses jamais consultados. A ciência empoeirada que se faz hoje só tem um resultado plausível: provoca alergia nos sensíveis ao ácaro. E os nossos Ícaros que tenham a cera derretida, pois, sonhar é o maior pecado as mentes que só sabem fazer uma coisa: proteger suas próprias gavetas mofadas.


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