quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Devemos ser mais generosos com os estudantes

A professora Maria Luiza Cardinale Baptista, ao participar da Banca de Qualificação de Doutorado de do professor Elias Farias, no Programa de Pós-graduação Em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA) disse uma frase marcante: “devemos ser mais generosos com o leitor”. Na visão dela, ser mais generoso com o leitor é tornar o texto científico mais inteligível, inclusive, com um número maior de notas explicativas para que o leitor comum, efetivamente, entenda o que se quer dizer. Desde 1998, quando lancei o “Guia para a elaboração de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses”, defendi que o texto científico precisava ser, digamos, mais “quente”, conforme a classificação de Marshal McLuhan. Portanto, não só concordo com a professora Maria Luiza, mas também, vou além. Creio que a generosidade não deve ser apenas textual, nós, professores e professores, na mesma direção, devemos ser extremamente generosos com os nossos estudantes. Não podemos partir do pressuposto de que, “se ninguém falou nada” é porque todos entenderem tudo. Trata-se de um engano até mesmo na Pós-graduação. Como bem define Ivani Fazenda, somos frutos da “escola do silêncio”, na qual o estudante não fala por receio de contraria o professor ou por temer ser ridicularizado pela própria turma. Na “escola do silêncio”, o mais provável não é “quem cala consente” e sim, “quem cala não entende”. Ser mais generoso com os estudantes, portanto, é insistir, dar novos exemplos, fazer novas conexões até que saia da sala de aula com a certeza de que dúvidas não restarem sobre o que se quer dizer. Caso contrário, tudo estará muito claro do lado de quem disse, o professor ou professora, e, talvez, extremamente obscuro para os estudantes. Um pouco de generosidade, nada a mais, pode provocar uma revolução na Educação brasileira.


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