quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ufam forma turma de Licenciatura Indígena

A Reitora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), prfessor doutora Márcia Perales Mendes Silva, presidiu, ontem, às 19h, na Maloca do Saber, em São Gabriel da Cachoeira, a cerimônia de outorga de título a 70 indígenas do Alto Rio Negro. Divididos em turma Baniwa, Nheengatu e Tukano, homens e mulheres indígenas deixaram de lado seus rituais sagrados e, em uma maloca, seguiram rigorosamente o ritual de outorga da academia. O projeto do curso de graduação em Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável (LICEN) é coordenado pela professora doutora Ivani Ferreira de Faria e sediado no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Ufam. A maior novidade do curso é a metodologia baseada no respeito às tradições e às falas de cada comunidade e na produção de pesquisas, transformadas em artigos e publicadas em livros, lançados no dia anterior, cujos autores são os próprios estudantes. Além dos cinco livros, foi lançado um vídeo produzido pelos estudantes da turma Tukano, na pesquisa "Que tipos de mecanismos foram usado para firmar a Educação Escolar Indígena (EEI) ao longo de sua existência?". O material é composto de dois DVDs. Um com cinco documentários sobre a origem da EEI no Alto Rio Negro e seus impactos socioculturais e o outro aborda o surgimento das escolas indígenas diferenciadas como Utapinopona, Yupuri, Ye´pa Marshã, Kotiria e Kubeo.


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A opressão pelo uso da Língua

Fico a me perguntar se já não passou da hora de o Ministério da Educação, e nós mesmos, professores e professoras, darmos um fim, em definitivo, a essa taxionomia educacional, em escala crescente, que nos transforma, nós, os seres iluminados que conseguiram concluir um curso de graduação em "seres superiores", como se quem não conseguisse o "feito" fosse inferior? A Língua, oficialmente, pelo uso, é excludente e opressiva ao criar no inconsciente coletivo a crença de que quem não consegue um "curso superior", ou seja, quem não passa pela universidade ou instituição equivalente, é um fracassado. O que temos na vida são saberes, conhecimentos, que não se aprisionam na universidade. Apenas são sistematizados e "empacotados" dentro dos padrões aceitos pelos cientistas e educadores. A Ciência é uma tradição, a mais reverenciada, não necessariamente a melhor. Penso que a etiqueta "superior" é excludente e preconceituosa. E precisa ser repensada dentro da própria universidade, uma vez que essa se considera um templo da liberdade e da igualdade. Entre iguais não há superiores nem inferiores. Há diferentes. Nada além!


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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Cumprimento de prazos: uma questão de cidadania

O cumprimento de prazos no serviço público não é meramente uma questão burocrática. É parte do pleno exercício de cidadania. Se não, vejamos o caso hipotético de um professor que tem um coração do tamanho do mundo e não deseja "prejudicar ninguém". Ele marca a entrega dos trabalhos finais de uma disciplina qualquer para a data X. Na data X, cinco ou seis estudantes não conseguiram cumpri-lo. Bondoso, o professor amplia a data de entrega. Com isso, não lança no sistema as notas de 20 ou 30 estudantes. O que acontece? Para ser bom com cinco ou seis, independentemente dos problemas que os levaram a atrasar a entrega dos trabalhos, termina por penalizar 20 ou 30. Falo de cátedra. Passo por situações como essas constantemente. Tento administrar os problemas mas, no fundo, gostaria mesmo era de, aos poucos, que toda a cadeia de responsabilidade funcionasse. Para fazer o bem a alguns termino por penalizar outros tantos. Não gostaria que fosse assim. Ao longo dos anos, meu desejo é que todos, conscientemente, cumpramos a nossa parte. Talvez o mais correto, que nem sempre é o mais justo, seria aplicar a "lei dos prazos" e ponto final. Mas, avalio: será justo, ainda uma pessoa perder uma ano da sua vida escolar pelo não cumprimento da entrega de um trabalho? Ser justo, fazer justiça, às vezes, é um exercício doloroso! Mas, vale a pena!


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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Egos inflados influem na avaliação

Não é de hoje que tenho sérias broncas em relação aos mecanismos de avaliação que se nos apresentam como objetivos. Aqui neste espaço, dia 26 deste mês, comentei sobre "A falibilidade do método em Educação". Oras, se os métodos são falhos, os indicadores, ainda que apresentados como objetivos, também os são. O que se tem à mão é uma espécie de "cesta de indicadores". Esses, se combinados, podem apresentar um panorama das Instituições e dos seus pesquisadores e professores. Aí é que entram fatores que, aparentemente, não influem em nada nos processos de avaliação, os egos, mas que, no fundo, podem até comprometer um processo inteiro de avaliação. Não se tem notícia de que o ego seja indicador de avaliação. Oficialmente, não se sabe se há efetivamente como medir a influência ou não. Egos inflados, porém, possuem poder de influenciar, no mais das vezes negativamente, em um processo de avaliação. O que pode acontecer quando uma comissão de avaliação é formada por professores cujos egos são maiores que os próprios professores? Ou quando os egos inflados estão entre os avaliados? Como medir tal variável que influencia diretamente no processo? Não tenho respostas, mas, a certeza de que egos inflados interferem sim no processo.


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O papel do professor na sociedade

Às vezes para a me perguntar qual papel exerço efetivamente na sociedade, como professor, e como posso fazer algo para mudá-la? Não tenho respostas fechadas, verdades absolutas, inclusive, porque, a verdade absoluta talvez não exista. Difícil é ser transformador em uma sociedade que não valoriza efetivamente, nem moralmente nem financeiramente, a profissão de professor. Episódios para lá de didáticos, como o do julgamento do Mensalão, transformam-se em motivo de chacota. Os grandes crimes, que poderiam (e deveriam) ser motivo de exemplo para os mais jovens, com a impunidade, são exemplos de o que não se deve fazer. Ao professor às vezes resta pregar no deserto. Na esperança de que a utopia baseada no sonho de dias melhores não seja mera ladainha que tende ao infinito sem resultados práticos.

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OBS: Post do dia 27/10/2013

Um mapa da produtividade em pesquisa no Brasil

O professor e pesquisador do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba (UFBA), Alexandre Nóbrega Duarte, prestou um grande serviço às universidades brasileiras ao desvendar o Mapa de Investimentos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele produziu o artigo "Uma análise sobre a distribuição de bolsas de produtividade do CNPq" no qual faz uma espécie de Raio X das bolsas, por instituição. A bolsa de produtividade é um dos itens por meio do qual se avalia a qualidade do que faz um pesquisador no Brasil. Serve, também, como indicador para avaliar a Instituição a qual pertence o pesquisador. Um texto para ser lido, avaliado e servir como base para políticas públicas, principalmente das universidades e órgãos de fomento da Região Norte.

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OBS: Post do dia 26/10/2013

sábado, 26 de outubro de 2013

A falibilidade do método em Educação

Definitivamente, o que a comunidade precisa entender, tanto a das universidades quanto a que vive fora dela, é a nossa condição de humanos, falíveis em essência. Ora, se quem pratica a pesquisa, por conseguinte, a Ciência, são seres humanos (é bem verdade que, alguns, após obterem o título de doutor, passam a se considerar deuses), é mais do que evidente a possibilidade do erro, da incerteza. Quem acredita que um ser (humano) é capaz de se afastar por completo do objeto de estudo e se tornar neutro, plenamente objetivo? A tão propagada objetividade do método científico tradicional é o "distanciamento" do objeto de pesquisa. Uma quimera, uma utopia impossível de ser atingida em se tratando de humanos. Quem de nós acredita no fato de que ser cientista ou pesquisador faz com que o ser deixe de ter neuras, emoções, contradições, enfim, sentimentos? Prefiro fazer parte da turma da "nova ciência" que opta pelo método apenas, como defende Edgar Morin, "o percurso", o modo como o trabalho foi feito. Nada a mais! O método não é a melhor forma, a forma mais correta de se fazer uma coisa. É, apenas, a forma como se fez determinada coisa. Quando o método é a única e a mais correta forma de se fazer algo, a Ciência toma ares de Religião.

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OBS: Post do dia 25/10/2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A retenção como meta na Pós-graduação

Dia desses ouvi um dos maiores absurdos, pelo menos na minha visão, sobre a duração dos cursos de doutorado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A discussão era em torno da duração mínima ou máxima dos cursos. Argumentei em favor da necessidade de os bons estudantes, com tempo para se dedicar mais ao curso, terem a chance de sair antes. Em tom de brincadeira, pois penso que não se pode levar a sério uma afirmação dessas, um dos colegas argumentou:"Mas se for um estudante excepcional, tem de ficar mais tempo no curso, para melhorar a produção". Na hora, repreendi imediatamente o colega. Disse que o respeitava mas não poderia concordar com nenhum grama do raciocínio dele. Não é possível, ainda que haja um peso grande das publicações qualificadas nas avaliações dos programas de Pós-graduação, que se pense em reter um estudante com esse fim. A preocupação com a produção (e, consequentemente a produtividade) nos programas de Pós-graduação não pode se transformar em uma sanha paranoica sob pena de o mais importante para a Ciência, os talentos, serem violentamente vilipendiados. Que tenha sido apenas uma mera brincadeira de extremo e péssimo gosto.


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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A tal Ciência sem fronteiras

Ao que tudo indica, a tão propagada "Ciência sem fronteiras" é um belo discurso que, na prática, não se confirma. Ora, se a Ciência não tem fronteira, porque as nações exigem visto, passaporte e um caminhão de documentos quando um cientista se desloca de um País para o outro? Como se pode exigir internacionalização dos programas de Pós-graduação, por exemplo, se as barreiras para  mobilidade de cientistas entre países é quase intransponível? Não podemos negar que avanços existiram. No entanto, a troca de saberes entre cientistas só será possível quando as barreiras burocráticas forem rompidas ou, pelo menos, diminuídas, em muito. Há, porém, que se levar em conta a complexidade que existe por trás desse discurso da "Ciência sem fronteiras". Ao que parece, nem sempre existe esse desejo de abrir as portas. Principalmente dos países mais desenvolvidos. De tanto sofrerem com a pirataria, países mais pobres, por outro lado, fecham as portas. E as fronteiras permanecem de um lado e do outro.


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A mediana educação brasileira

Todo o processo de Educação brasileiro é baseado em, como muita boa vontade, digamos, a menos significativa das medidas estatísticas: a média. A moda, a mediana, assim como a média, são medidas estatísticas de tendência central. Por exemplo, ao final de um semestre de uma Universidade, se pode calcular um, digamos, "resumo" da situação do estudante a cada semestre. No mais das vezes, as universidades calculam ou a média simples ou a média ponderada. A média simples é aquela que não atribui peso aos exercícios. Digamos que foram aplicados três dois exercícios e a prova final e o estudante obteve as notas 7, 8 e 9. A média simples é a soma das três notas dividida pelo número de exercícios. Ou seja, a soma é igual a 24 e a média do estudante é 8. Como se trata de uma medida de tendência central e não de tendência ascendente, por exemplo, a média deste fictício estudante é 8 mas ele apresenta tendência de crescimento em direção ao 10. A mediana é ainda pior e, parece, do ponto de vista de qualificador, o que melhor se aplica à Educação brasileira: um sistema que tende à mediocrizar. Pois bem, a mediana é a medida de tendência central que indica o valor exatamente o valor central de uma amostra de dados. Digamos que o nosso estudante fosse avaliado não com três, mas, com cinco exercícios, e obtivesse as seguintes notas: 7, 6, 5, 10, 10. Sua mediana é 5 e sua média é 7,8. Já a moda, que também é uma medida de tendência central, é o valor observado com mas frequência em um conjunto de dados. No caso hipotético, a moda do estudante é 10. Caso a ideia fosse valor o melhor desempenho, as melhores notas obtidas pelos estudantes, a moda e não a média das medidas de tendências centrais, deveria ser a usada. Para que não se tivesse, com o perdão do trocadilho, uma Educação mediana.

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OBS: Post do dia 22/10/2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Educação pela opressão

Não é à toa que se tem, no Brasil, uma tirania travestida de autonomia nas universidades brasileira, conforme comentei neste mesmo espaço sob o título de "A tirania fantasiada de autonomia". A impressão que se tem é que os professores e professoras educam sob a égide da filosofia da opressão. É como se educar fosse um caminho a ser percorrido apenas usando a opressão como regra. Educar, no entanto, é um processo que, talvez, em dado momento, a opressão entre. No entanto, não como regra, mas, como um dos tantos elementos essenciais ao processo educacional. Quem tiver na opressão o único caminho para o processo educacional deve, definitivamente, mudar suas convicções. Modernamente, educação é convencimento. E, às vezes, o convencimento se faz pelo exemplo.

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OBS: Post do dia 21/10/2013

domingo, 20 de outubro de 2013

O teatro das decisões colegiadas

Não é à toa que se tem, no Brasil, uma tirania travestida de autonomia nas universidades brasileiras, conforme comentei ontem neste mesmo espaço sob o título de "A tirania fantasiada de autonomia". E o exercício desta tirania, no mais das vezes, é provocado pela irresponsabilidade e a falta de compromisso de muitos professores e professoras (bem como de Técnicos e Estudantes) que deixam de participar dos colegiados das Instituições, nos vários níveis decisórios. Com isso enfraquecem os colegiados e contribuem para que, em alguns casos, a tão propagada decisão colegiada não passe de uma ação entre amigos. Sem contar com aqueles que comparecem, porém, acovardam-se sempre nos temas polêmicos e deixam de votar para não "bater de frente" contra os colegas de trabalho. Ora, quem não tem coragem de desagradar o colega para fazer o certo, para fazer justiça, deveria ter o mínimo de hombridade e pedir para sair, deixar de ser conselheiro e dar o lugar par quem não tem receio de enfrentar algumas velhas e carcomidas lideranças que se especializaram em decidir o destino das Instituições pela altura na voz e não pelos argumentos técnicos. Compromisso e participação são fundamentais. Mas, coragem na hora da decisão, mais ainda, para que as reuniões não se transformem em um teatro do absurdo.


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sábado, 19 de outubro de 2013

A tirania fantasiada de autonomia

Há personalidades nas universidades brasileiras que construíram uma vida de tirania e nepotismo protegidas pelas máscara da autonomia. Dia desses falei, neste espaço, sobre a tendência a se confundir autonomia com soberania. Pior que isso é usar de chincana, que segundo o Dicionário Informal significa "dificuldade criada, no decorrer de um processo judicial (no caso da universidade, administrativo), pela apresentação de um argumento com base em um detalhe ou ponto irrelevante; abuso dos recursos, sutilezas e formalidades da justiça; o próprio processo judicial (de forma pejorativa); contestação feita de má-fé; manobra capciosa, trapaça, tramoia" para vencer discussões" (ou processos). Quando não, usam o grito ou a "própria história", ou ainda pareceres combinados com colegas, para achincalharem desafetos. É tão vergonhoso quanto contraditório, por se tratar do "sagrado" ambiente da liberdade e do exercício da "democracia". Quando estiver diante de uma pessoa que se nos apresenta como o arauto da liberdade, tenha cuidado! Por trás da máscara pode se esconder uma tirana ou um tirano, perito em usar manobras para atingir seus objetivos de vida e de achincalhar os outros. Lastimável que a universidade dê abrigo a esse tipo de prática e se curve aos gritos e ameaças de canastrões e canastronas desta espécie.


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A política de queimar talentos

Fico com uma impressão cada vez maior de que, no subterrâneo, a política que mais tem seguidores nas universidades brasileiras é a de queimar talentos. Sejam ele estudantes, professores e técnicos. Certa vez, quando ainda era jornalista e não apresentador de Big Brother, o jornalista Pedro Bial, em uma palestra no auditório rio Solimões, do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), disse:"no Brasil, há um grave problema, você não pode subir além do meio-fio". É o tio de filosofia de traseira de caminhão que, às vezes, cai como uma luva para o comportamento de algumas "lideranças" nas universidades. E a Ufam não fica longe do problema. Há alguns iluminados, tidos por gênios, que não passam de manipuladores de meia-tigela. O problema desse tipo de pessoa é considerar que são os únicos detentores de inteligência e que os demais seres humanos são míseros idiotas.

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OBS: Post do dia 18/10/2013

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Ideias não se aprisionam em padrões

Talvez um dos maiores problemas que distanciam a universidade da sociedade seja a cultura dos projetos e dos manuais. Fica sempre a ideia de que tudo precisa ser padronizado. E o que a sociedade tem é esse medo do padrão. Com isso, fica-se com a impressão de que tudo deve se enquadrar nos manuais da academia. E não é bem assim. As grandes ideias não precisam fazer parte dos padrões preestabelecidos. Não podem e não devem ser aprisionadas nos manuais de projetos, dissertações e teses. As boas ideias não se aprisionam em padrões. E, talvez por isso haja essa dificuldade toda em se reconhecer o trabalho tão importante da academia. No todo, é preciso termos sensibilidade para não deixar que o saber tradicional nos escape por entre os dedos.


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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O senso comum a respeito da academia

Fico a me perguntar o porquê de a universidade ser vista com tanto preconceito na comunidade. Fora dela, principalmente seus ex-estudantes, falam do "academicismo". Talvez essa ideia perdure pela crença de que tudo o que é produzido nas universidades, principalmente os textos acadêmicos e científicos, precisem ser herméticos, algo assim meio resultante de uma mistura entre barroco e rococó. Ao que parece, esse receio em relação aos textos produzidos "ao estilo" da academia terminam por influenciar a própria imagem que a comunidade tem a respeito da universidade e a relação dessa com a comunidade da qual faz parte. É preciso, então, simplificar, sem perder a qualidade, o formato e o conteúdo dos textos acadêmicos. Defendo, por exemplo, que ao invés do hermetismo de textos que mais parecem bulas de remédio, que tenhamos liberdade para escrever cientificopoeticamente de forma bela.

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OBS: Post do dia 16/10/2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A máquina de destruir gente

Às vezes fico com a impressão de que o ambiente da universidade brasileira funciona como uma máquina de destruir gente. De destruir a gente. Ou pelo acúmulo de trabalho ou pela insana busca de poder de alguns crápulas. Em nome da "preservação da Instituição" às vezes não se preservam as pessoas. AS relações deixam de ser sólidas. Passam a ser baseadas não no desenvolvimento das atividades concretamente. Mas, no que, talvez, você venha a ser. Só nos resta um caminho: ser forte e enfrentar os canalhas, um a um, como se fossem pedras de dominó. A missão é dolorosa e longa porque o dominó tem 28 pedras.

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OBS: Post do dia 15/10/2013

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Autonomia não se confunde com soberania

A soberania é um atributo que se confere ao poder do estado, por ser ilimitado. Diferentemente da autonomia, que á uma margem de liberdade na forma da Lei. Na universidade brasileira, com fins de amparar atos totalitários, há quem confunda soberania com autonomia. A universidade pública brasileira é autônoma, soberana, jamais: não pode decidir à margem da Lei. Pior ainda, é se curvar ao modelo autonomia-avaliação-financiamento.
Sobre o tema, na conclusão do artigo "Autonomia Universitária: Para onde vai a universidade brasileira", George Zarur, comenta:
"Este autor tem sérias dúvidas a respeito da eficácia do modelo autonomia-avaliação-financiamento, ao considerar as resistências que as instituições oferecerão ao processo avaliativo externo. Além disto, a avaliação é um processo tecnicamente complicado. Avaliações são bem feitas ao nível de departamento ou curso, não de instituições como um todo, e é a estas que os recursos serão distribuídos. São, também, um processo político. Será que o MEC terá condições de enfrentar os interesses contrariados pelo corte de recursos das universidades avaliadas negativamente? Poderá ser repetido o que aconteceu em São Paulo, em que autonomia foi concedida sem a contrapartida da avaliação. Além disto, a diversidade brasileira exige que outros critérios, de "interesse social", sejam levados em conta, no momento da avaliação de instituições tão diferentes. Conforme demonstramos em trabalhos anteriores (ver por exemplo, Zarur, 1995), o mais importante pode, em certos casos, não ser, apenas, a "excelência" de uma instituição, mas a sua inserção transformadora no meio social, cultural e político em que se situa.
Há necessidade de um efetivo controle de novas instituições (públicas e privadas) e cursos, mediante autorização para o funcionamento. A idéia de que a fiscalização pode levar à corrupção não deve servir de motivo para abandoná-la. Esta lógica implica, por exemplo, o fim da justiça, pois os juizes poderão ser corrompidos, o fim do controle de medicamentos, uma vez que os médicos do Ministério da Saúde poderão ser corrompidos o fim da inspeção de alimentos, pois os agrônomos do Ministério da Agricultura poderão ser subornados. Seu limite lógico é o fim do estado.
Não se pode deixar de eliminar, de antemão, os cursos de má qualidade, públicos e privados, por meio de uma avaliação prévia de suas condições de funcionamento. Fechar um curso, por pior que seja, é um processo doloroso. O mais sensato é impedi-los de funcionar.
O pior de todos os cenários é o de um estado omisso, procurando se livrar de suas responsabilidades com o ensino superior. Por isto, as novas regras da autonomia universitária não podem servir de pretexto para que o estado deixe de exercer, no melhor interesse social, sua função reguladora e fiscalizadora.
Só assim, o conceito de autonomia universitária não se voltará contra as instituições que deve proteger." É para se pensar!


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domingo, 13 de outubro de 2013

A (humilde) produção de um Sem Qualis

Uma moeda é composta de cara e coroa. Não de cara ou coroa. A moeda avaliação é muito mais complexa do que a vã Filosofia de Morin poderia imaginar.
Recuso-me a falar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) como uma entidade abstrata criada por algum iluminado de Brasília: a Capes é um turbilhão de normas nascidas do nosso seio, principalmente daqueles que sempre tiveram acesso ao poder de acordo com as regras criadas por eles próprios.
Quando fiz parte da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Comunicação (Compós) como coordenador do Mestrado em Ciências da Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (PPGCCOM-Ufam), nas minhas falas, sempre "brincava" conosco, os cursos nota 3, como o "Movimento dos Sem Qualis". Era minha forma de ironizar os critérios que criávamos com o único objetivo: nunca chegar lá! Infelizmente (ou felizmente) assim funciona a humanidade: quem pode decide os que vão poder e a forma como poderão.
Ninguém precisa me dizer que sou um pesquisador completa e amplamente "(Des) QUALIS (ficado). Se alguém quiser comprovar, basta olhar o meu Lattes: nunca publiquei um artigo (qualificado) sequer em Qualis Z. MAS...humildemente e sem Qualis nenhum...
Oriento 3 estudantes de doutorado
Oriento 2 estudantes de mestrado
Oriento 2 PIBIcs
Coordeno 4 Ações de Extensão
Coordeno 2 Projeto de Iniciação à Extensão
Lidero o Grupo de Pesquisa Interfaces (no Programa de Pós em Comunicação - Mestrado)
Lidero o Grupo de Pesquisa Mimo (no Programa Sociedade e Cultura - Mestrado e Doutorado)
Coordeno o Programa de Mídias Digitais da Ufam (ECOEM/Ufam)
Ministro duas disciplinas no curso de Graduação em Jornalismo da Ufam
Ministro uma disciplina (dividida com dois colegas) no Mestrado em Comunicação
Ministro uma disciplina no Doutorado em Sociedade e Cultura e...
Desde o dia 1 de julho sou Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Ufam.
Reconheço, não tenho Qualis de A a Z, mas, se alguém me chamar de IMPRODUTIVO, viro ONÇA (nem que seja pintada) e ainda convido o falador:"vem ser PRODUTIVO na Amazônia, vem!" Como eu, há muitos professores sem Qualis aqui na Amazônia. Nada contra o Qualis, mas, é apenas uma forma de qualificar a produção. Só não significa que quem não possui Qualis não faz nada!
OBS: Como sou Pró-reitor, nem eu nem nenhum dos diretores dos Departamento da Propesp concorrerão aos PIBICs enquanto estivermos na Administração. Orientei os dois diretores (e farei o mesmo) a concluírem os PIBICs que já possuem e não mais concorrerem. Mantive as disciplinas porque não admito deixar os estudantes (tanto de graduação quanto de pós-graduação) sem aulas enquanto "rola" o processo de contratação de professor substituto. A partir do dia 31 de outubro serei apenas Pró-reitor e coordenador do Programa de Mídias Digitais (ECOEM/UFAM) que possui Quatro pesquisas em andamento, oito Ações de Extensão e o Projeto Ufam Sem papel (digitalização de todos os processos possíveis na Instituição).
Bom domingo a todos os queridos colegas e às queridas colegas! Ah! Ia me esquecendo: voltarei a trabalhar pois, até o final de outubro, as 40h semanais não comportam o volume de trabalho (Des) QUALIS (ficado) que tenho de tocar.


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sábado, 12 de outubro de 2013

Títulos do MERCOSUL devem ser reconhecidos

O tema é sempre recorrente: títulos do Pós-graduação obtidos no MERCOSUL devem ou não ser convalidados? Resposta: o reconhecimento não é automático. Devem ser convalidados, inclusive, para professores e pesquisadores. Equivocadamente, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), e há outras, no Brasil, que o fazem até hoje, reconhecia automaticamente os títulos obtidos no MERCOSUL. A fim de que não paire mais nenhuma dúvida sobre o assunto, eis o voto da relatora, no Parecer CNE/CES 106/2007
"VOTO DA RELATORA
1. O Decreto Legislativo nº 800, de 23/10/2003, promulgado pelo Decreto nº 5.518,
de 23/8/2005, instituiu a admissão de títulos e graus universitários para o exercício de atividades de pesquisa e docência nos Estados Partes do MERCOSUL,  para parcerias multinacionais, de caráter temporário;
2. A admissão do título universitário obtido nos Estados Partes do MERCOSUL, para o exercício de atividades de pesquisa e docência, em caráter temporário, no País, não  implica  a  sua  validação  ou  reconhecimento  e  não  legitima  o  exercício permanente de atividades acadêmicas, para o qual se exige o reconhecimento do título;
3. A admissão do título não é automática e deve ser solicitada a uma Universidade, reconhecida  pelo  sistema  de  ensino  oficial,  e  que  conceda  título  equivalente, especificando as atividades de docência e pesquisa a serem exercidas, sua duração e instituição receptora;
4. A admissão do título universitário implica:
a) a comprovação da validade jurídica do documento no país de origem,
b) a comprovação de que os estudos se desenvolveram,  efetivamente, no exterior e  não no Brasil;
c) o estabelecimento de correspondência do título ou grau no sistema brasileiro;
d) a verificação da duração mínima, presencial, do curso realizado;
e) a  destinação da aplicação do diploma,  essencialmente  acadêmica e em caráter temporário;
5. A admissão do título universitário obtido nos Estados Partes do MERCOSUL, outorgada por Universidade brasileira, somente conferirá direito ao exercício das atividades de docência e pesquisa nas instituições nela referidas e pelo período nela estipulado.
6. A obtenção do título universitário obtido por brasileiros nos Estados Partes do Mercosul exige reconhecimento conforme a legislação vigente.
Brasília (DF), 9 de maio de 2007.
Conselheira Marília Ancona-Lopez – Relatora"


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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Para que servem as normas técnicas?

Recentemente, um dos estudantes que cursa disciplina (como abomino esse nome) comigo no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), perguntou-me:"Professor, há muito tempo, em uma conversa, uma pessoa me disse que o senhor é contra a ABNT. Isso é verdade?". Não tive nenhuma dúvida:"Sou absolutamente contra quaisquer tipos de normas que cerceiam a criatividade dos estudantes em prol de um padrão que vos poda a liberdade". E acrescentei que as ISOs, como a 14 mil, por exemplo, são normas criadas pelos países desenvolvidos com o fim de evitar que produtos dos países menos desenvolvidos tenham mercado. Os tais padrões de qualidade não passam, em suma, de indicadores para promover a reserva de mercado em determinadas áreas. A necessidade de escala e a concorrência imposta pelo mercado, são indicadores de qualidade muito mais efetivos. Um exemplo tácito disso são os cabos USBs do mercado: são padronizados universalmente sem a necessidade de nenhuma lei. A questão da produção de artigos em pesquisa, com o resultado dos trabalhos, deveria ser algo naturalmente prazeroso para qualquer pesquisador e não algo perseguido como um indicador de mérito meramente quantitativo. Relativamente ao que perguntou o estudante, penso que sou contra a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) talvez seja em função do artigo "Sumário ou índice: conceito, definições e controvérsias", publicado na revista científica Acta Cirúrgica Brasileira (Acta Cir. Bras. vol.13 n.2 São Paulo Apr./May/June 1998). Quanto às NBRs, as entendo como meros indicadores de padrões de apresentação de trabalhos, nada além. Torná-las camisas de força dentro das universidades é abrir mão do que de mais sagrado temos: a autonomia. Serem recomendadas como referência, até aceito. Serem vistas como leis é um exagero inconcebível.


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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A perenidade das ideias ao longo do tempo

Em 1998, passei o ano todo a trabalhar como voluntário da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na reforma da NBR 6023. Como cheguei à ABNT? Por ter publicado o artigo "Sumário ou índice: conceito, definições e controvérsias", na revista científica Acta Cirúrgica Brasileira (Acta Cir. Bras. vol.13 n.2 São Paulo Apr./May/June 1998). Há pouco, reli o artigo. Fiquei surpreso com o fato de ter escrito algo em 1998 e se manter tão atual até hoje:
"O mundo globalizado de hoje não permite que mesmo instituições normativas como a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) simplesmente editem as normas e esperem que as pessoas passem a adotá-las. Dito de outra forma, hoje, a ABNT não deve ser apenas uma entidade normativa. Precisa convencer as pessoas a se utilizarem e a seguirem as normas, principalmente no que tange à representação descritiva dos registros do conhecimento, pois a ABNT não tem como punir, com multas exemplares, editores e universidades que não seguem as normas por ela estabelecidas. Uma das formas mais simples de adesão seria se as próprias normas induzissem a isso. Caso o texto dessas normas fosse claro, conciso e coerente, as dúvidas poderiam ser mínimas ou, quem sabe, talvez nem existissem.
Em algumas universidades, em geral, os argumentos favoráveis à "obediência" às normas da ABNT são dos mais estapafúrdios: "A lei existe para ser cumprida"; "não está claro mais é lei", "dicionário é um amontoado de palavras de uso comum, as normas da ABNT são técnicas e pronto". Aprende-se, com o mestre Cruz Neto (1990, p. 160) que "[...] negar uma realidade linguística pelo simples fato de negar só pode revestir-se de dogmatismo absolutista". Certamente, a ABNT não pretende que as normas sejam seguidas por dogmatismo absolutista, mas sim, porque apresentam uma certa lógica, que pode ser facilmente sustentada." Impressionante!


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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Professor: profissão de risco

As manifestações dos professores no Rio de Janeiro e as reações da Polícia Militar são demonstrações claras de que ser professor é mesmo uma profissão de risco. O primeiro risco é o de sempre: apanhar da Polícia, sem pena, quando faz manifestação. Risco maior, porém, para os políticos. Principalmente por uma das qualidades mais importantes, quando quer: a de preparar as pessoas para exercer a cidadania e torná-las menos dependentes da alienação da qual os políticos se aproveitam. Quando o Estado usa a Polícia Militar contra professores, em quaisquer situações, deve-se começar a discutir o próprio papel do Estado. Nem na mais radical das greves professor deve ser tratado como se fosse bandido. Quando um Governo assim reage, demonstra a própria fragilidade. Lastimável que assim seja em pleno Século XXI.


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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Design nota 5 e Jornalismo nota 4 no Enade

Os estudantes dos cursos de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), tanto de Manaus quanto de Parintins, obtiveram Nota 4 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) de 2012. O resultado foi divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação. Trata-se do melhor desempenho dos estudantes de Jornalismo desde que o ENADE passou a ser aplicado aos estudantes da UFAM. Melhor desempenho que os estudantes de Jornalismo tiveram os estudantes do Curso de Design, da Faculdade de Tecnologia (FT), que obtiveram a nota máxima: 5. Foram avaliados por meio do ENADE 2012 um total de 7.228 cursos, pertencentes a 1.646 instituições de Educação Superior brasileiras. As provas foram aplicadas em novembro do ano passado para os cursos de bacharelado em administração, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo, além dos cursos superiores tecnologia em gestão comercial, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais. O desempenho dos estudantes de Design e de Jornalismo da UFAM é ainda mais significativo a se levar em conta que, de acordo com o MEC, 30% dos estudantes brasileiros avaliados tiveram desempenho abaixo da média, ou seja, obtiveram notas 1 e 2. Os estudantes de Jornalismo ficaram entre os 19% que obtiveram Nota 4 e os de Design entre apenas 5% dos estudantes brasileiros avaliados. O resultados do ENADE 2012 foram divulgados ontem pelo MEC.


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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ufam recebe Menção Honrosa no Prêmio Capes de teses

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é a única instituição da Região Norte a figurar entre as contempladas no Prêmio Capes Teses de 2013, referente aos trabalhos defendidos em 2012. A tese "Extração de Informação Não-Supervisionada por Segmentação de Texto", defendida pelo estudante Eli Cortez Custódio Vilarinho junto ao Programa de Pós-graduação em Informática (PPGI) da Ufam, cujo orientador foi o professor Altigran Soares da Silva, recebeu Menção Honrosa na área de Ciência da Computação.
Por meio da PORTARIA N  142, publicada no Diário Oficial da União do dia 02 de outubro de 2013, "O PRESIDENTE DA COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR - CAPES, usando das atribuições que lhes são conferidas pelo Estatuto aprovado pelo Decreto nº 7.692, de 02 de março de 2012, tendo em vista o Edital nº 29/2013, publicado no Diário Oficial da União do dia 27 de maio de 2013, Seção III, página 32/33, que disciplina a edição 2013 do Prêmio Capes de Tese, e considerando as decisões tomadas pelas comissões de avaliação do Prêmio Capes de Tese, resolve:
Art. 1º - Outorgar o Prêmio Capes de Tese Edição 2013 aos autores das melhores teses de doutorado defendidas em 2012 e dar distinção aos respectivos orientadores, coorientadores e Programas de PósGraduação, conforme a área de conhecimento:"
Foram concedidas 33 Menções Honrosas em todas as áreas do conhecimento e o PPGI da Ufam foi o único Programa de Pós-graduação da Região Norte a ser contemplado.
Esta mesma tese, "Unsupervised Information Extraction by Text Segmentation", do ex-estudante do Programa de Pós-graduação em Informática (PPGI) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Eli Cortez, foi escolhida a melhor tese no XXXIII Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC). O Concurso de Teses de Doutorado(CTD), relativas às teses defendidas no ano anterior, acontece todos os anos.
Os dois prêmios são um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na Ufam pelo Instituto de Computação (Icomp) e pelo Programa de Pós-graduação em Informática, cuja primeira turma é de 2008. O estudante vencedor da Menção Honrosa do Prêmio Capes é da segunda turma, 2009. O PPGI da Ufam foi criado em 2001, com o mestrado. Sete anos depois, em 2008, passou a oferecer doutorado, com conceito 4 na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).


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domingo, 6 de outubro de 2013

A piada pronta das interpretações na Educação

No dia 22 de fevereiro de 2012 publiquei, aqui neste espaço, o texto "Ufam erra ao reconhecer automaticamente mestrado paraguaio". Claro estava, naquele texto, pelo menos para quem não tem dificuldades de interpretação textual, que minha posição era em relação ao fato de a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aceitar automaticamente os diplomas emitidos pela Faculdade Interamericana do Paraguai. Fazê-lo automaticamente, coisa que não o faz mais, seria interpretar incorretamente o Decreto 5.518 de 23 de agosto de 2005. No dia 02 deste mês, um leitor do meu Blog (cujo comentário publiquei), professor, criticou vorazmente o que escrevi, talvez por eu ter ironizado os cursos de finais de semana com a denominação de "cursos de aluguel". Disse que a Pós-graduação brasileira é burguesa e conservadora, algo com o qual concordo em parte, mas, ao tentar fazer piadinha e defender os cursos de final de semana, revelou, talvez por ter bastante experiência em um desses cursos, que os professores da Faculdade Interamericana do Paraguai são da USP, da UNICAMP, da UFRJ e da UFF. Tenho de concordar com o leitor sobre o "país da piada pronta", se realmente os professores dos cursos de finais de semana do Paraguai forem dessas e de outras universidades brasileiras. E ele, com revelação, só confirma o que eu supunha: são mesmo cursos de aluguel. Usados por professores brasileiros ou para engordar a remuneração ou para fazer ações beneméritas no país vizinho. Fariam muito bem, e contribuiriam para implodir o conservadorismo e o elitismo da Pós-graduação brasileira, se ofertassem, sem cobrar um tostão, cursos de Pós, aos finais de semana, no Brasil, de graça, para quem não tivesse condições, por ter de se dedicar ao trabalho, por exemplo. Por que fazem ação benemérita no Paraguai e não no Brasil? Não seria mais lógico fazê-los no país onde vivem? E se vão para o Paraguai, ministrar aulas em cursos de finais de semana, certamente o fazem com autorização das universidades brasileiras de origem, tudo como parte de um acordo de cooperação técnico-científica entre essas universidades brasileiras e a Faculdade Interamericana do Paraguai? Ou será que o problema é muito mais grave do que se nos apresentava? Tanto na interpretação de textos quanto na interpretação das leis (que não deixa de ser interpretação de textos) há quem goste de fazer piada sempre em benefício próprio. O que torna alguns pseudopiadistas e revolucionários da educação brasileira péssimos humoristas e libertários de araque.


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sábado, 5 de outubro de 2013

A Educação pelo exemplo na Pós-graduação

Não creio na máxima "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço". Em Educação, é a mais furada das furadas. Fico a observar alguns colegas professores e professoras, que mal e parcamente produzem a média de dois artigos científicos ao ano, a cobrar produtividade dos estudantes. Querem, inclusive, em alguns casos, obrigá-los a só defender a tese ou a dissertação, se apresentarem algum artigo publicado "em revista Qualis". A cada ano, quando se vai preencher o aplicativo Coleta, o desempenho de grande parte dos professores e professoras é sofrível. Por outro lado, no mais das vezes, os eventos internos dos programas de Pós-graduação são esvaziados. Até mesmo os Congressos (nacionais ou internacionais) contam com numerosos inscritos e "gatos pingados" nos eventos presenciais. Não sei se pelo modelo atual, que tende ao fracasso, ou nós que fracassamos ao assumir o compromisso de fazer parte dos Programas de Pós-graduação. O certo é que, nos Congressos e Fóruns são encontradas as mesas "figurinhas carimbadas". Enquanto não se conseguir mobilizar estudantes efetivamente pelo exemplo dos seus professores e professoras, a tendência da Pós-graduação é patinhar. O fato de ser bolsista não é argumento para obrigar estudantes a participarem de tudo enquanto professores e professoras, que são pagos para isso e assumem compromisso com os Programas, só o fazem vez por outra. A mesma mão que cobra dos estudantes tem o dever moral de cobrar dos colegas professores e professoras. É o mínimo de coerência que se espera.


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Bolsa de Pós não é complemento salarial

Algo preocupa-me profundamente no Pós-graduação brasileira: a tendência, de Norte a Sul. Leste a Oeste do País, de se usar a bolsa, tanto do Mestrado quanto do Doutorado, meramente como complementação salarial. Um programa de distribuição de bolsas para estudantes de Pós-graduação não é e jamais deve ter quaisquer características de um programa de distribuição de renda. Bolsas, que são pagamentos temporários, devem ser instrumentos estratégicos para incentivar determinas áreas de pesquisa. Ou, para que alguns estudantes, por mérito, ou por demanda social, com o fim de estimulá-los a se encantarem pelo mundo da pesquisa. Usada meramente como complementação salarial, não atinge nem o objetivo social nem o acadêmico. Ao criar as bolsas, as agências de fomento o fazem com o único objetivo: fomentar a pesquisa e melhorar os resultados destas mesmas pesquisas por conta de um trabalho mais dedicado e profundo às próprias pesquisas. Sem que isso seja feito, perdem os programas de pós-graduação e perde a sociedade que, indiretamente, vos financia.

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OBS: Post do dia 04/10/2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A produção e as condições para se produzir

Gosto muito da tese do prefeito do Campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor doutor Atlas Bacellar. Quando se discute a questão do trabalho ele diz que em uma organização as pessoas se comportam como em uma "curva de Gauss": 20% trabalham e exercem suas funções independentemente das normas, 60% esperam pelas norma e cobranças e os outros 20% tentam não trabalhar nem que existam as normas. Com as devidas variações para mais ou para menos que o erro estatístico pode provocar, lá vem de novo ele: Johann Carl Friedrich Gauss, matemático, astrônomo e físico alemão, talvez funcione assim, também na Pós-graduação brasileira. O problema é que, para se cobrar a produção nos níveis que nossos pares (e até nós mesmos às vezes cobramos), as condições estruturais de pesquisa deveriam ser ótimas. Nem sempre isso ocorre. E se não ocorre, é fundamental que haja uma espécie de pacto interno até que se chegue pelo menos às condições mínimas para que os programas de Pós-graduação passem a funcionar dignamente. O que não se nos parece razoável é cobrar produtividade extrema de professores e professoras sem que as condições básicas para que haja a produção sejam oferecidas. A Curva de Gauss à qual se refere o professor Bacellar parece se aplicar fundamentalmente ao processo de trabalho na Pós-graduação em todas as universidades brasileiras. É quase certo que 20% do professores e professoras que fazem parte dos programas trabalham e produzem quaisquer que sejam as condições. Outros 60% tendem para um lado e para o outro ao sabor das marés e 20%, ao longo do tempo, terminam por fazer parte das estatísticas dos descredenciamentos. Exigir, portanto, dedicação e comprometimento de todos talvez seja o dever de qualquer gestor. Esperar que receba exatamente o que exige é praticamente impossível. Mas, uma coisa parece fundamental: quem cobra tem de dar as condições essenciais para que o cobrado seja alcançado.


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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

As invisíveis leis da mente que emperram a Educação

O que mais emperra o avanço da Educação brasileira não é a falta de Leis. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de tão avançada, permanece atual. Nós, os educadores, em todas as categorias, dos professores, as pedagogos e técnicos, não conseguimos é ampliar a nossa visão de Educação para um palmo sequer além do nariz. São as invisíveis leis da mente humana, para além da LDBEN, que entravam a modernização do processo de aprendizagem no Brasil. Se não, vejamos! Há algum dispositivo legal que impeça um estudante de cursar graduação e pós-graduação concomitantemente? Nenhum! Assim como o Mestrado não é pré-condição para se cursar doutorado. Os programas de pós-graduação das universidades brasileiras, principalmente as públicas, para não ferir a Lei, admitem a possibilidade. Que ela ocorra, porém, é uma raridade. Nosso olhar é sempre de gestor-controlador. Antecipadamente, decidimos que o estudante não pode estudar o dia inteiro por ser "contraproducente". Antevemos que ele, o estudante (ou a estudante), não faria bem feito nem um nem outro curso. Nossos padrões de visão da Educação são castos. John Amos Comenius e Santo Agostinho devem se revolver no túmulo da tanta felicidade por terem, até hoje, seus modelos de Educação praticamente intocados. Reclamamos aos quatros cantos contra as gavetas das disciplinas mas adoramos engavetar nossos estudantes em séries e níveis por um tempo pré-determinado pela inteligência superpoderosa de alguns que decidiram que todas as pessoas, sem exceção, precisam de pelo menos 200 dias letivos para adquirirem determinadas habilidades formais. Criatividade, inventividade e descoberta contam quase nada nas grades curriculares engessadas pelo próprio nome. Conhecimento e sabedoria não podem ser aprisionados nas celas corporativas das profissões. Ou o Estado brasileiro arranca esta viseira de preparar para o mercado e começa a preparar para o pleno exercício da cidadania ou  as escolas, em quaisquer dos níveis, não cumprirá a função social de encontrar soluções para os graves problemas de quem as financia: a própria sociedade.


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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Em política pública dois mais dois pode dar menos

Quem partir do pressuposto de que, em políticas públicas, o previsto correrá sempre como se previu pode quebrar a cara. A mais antiga das Teorias da Comunicação, a da Bala Mágica, que surgiu à época do Nazismo, a partir das bem-sucedidas campanhas de Joseph Goebbels, preconizava que o público reagiria exatamente como se esperava dele. Era como se recebesse uma agulha mágica e reagisse imediatamente. Na prática, em condições normais de temperatura e pressão, o ser humano assim não reage. O sucesso de Goebbels, certamente, estava ligado o contexto no qual suas "experiências" de propaganda oficial ocorreram. Durante o regime de Saddam Houssein, o Iraque era o País como o menor índice de crianças fora da escola. Motivo: o ditado exterminava toda a família que não tivesse os filhos matriculados. Moral da história: há formas e formas de se convencer as pessoas a adotaram esta ou aquela política pública. A ação de convencer, neste caso, é fundamental. Goebbels e Houssein tinham seus métodos nada recomendáveis. Na democracia, a soma de dois mais dois tanto pode resultar em três quanto em cinco. Boas ideias podem se transformar em fracassos, na Educação, se a política pública não foi bem implementada e avaliada. Inclusive, os riscos, antes de implementá-la. Vale refletirmos sobre o assunto!


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