sábado, 31 de agosto de 2013

Entradas rígidas, saídas flácidas: a esquizofrenia da medição

A Educação superior brasileira convive com um problema que considero gravíssimo e que afeta todo o sistema: o controle das entradas, principalmente nas universidades federais, é extremamente rígido, e, as saídas, no mais das vezes, gelatinosamente flácidas. Por princípio, considero que nem deveria haver processo seletivo nenhum nas "entradas" se as saídas fossem rigidamente controladas, não apenas na Educação superior, mas, em todos os níveis. Acontece que até as políticas públicas são baseadas nos números de egressos, ou seja, baseadas nas "saídas". Como não se aplicam a avaliação em nenhum dos níveis, o que se tem é um mero processo de medição cujo discurso é o da meritocracia. Mede-se muito, raramente se avalia. Ao longo da vida, o estudante é obrigado a se submeter a um sem número de testes e provas que, no ano seguinte, não valem nada. O acumulo de medições feitos nos dois níveis, Básico e Médio, é totalmente jogado fora na hora do antigo vestibular, hoje Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Vive-se uma espécie de esquizofrenia da medição. Ou se muda essa estrutura carcomida e se avança para um efetivo processo de avaliação ou teremos o brejo como destino.


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