domingo, 28 de julho de 2013

A corrupção nos concursos públicos das universidades brasileiras

O professor de história da Universidade de São Paulo (Usp), Angelo Seguillo, põe um dedo em uma ferida que teima em nunca criar nem casca nas universidades brasileiras: os concursos públicos para a carreira do magistério superior. Em seu blog, ele afirma: "Este é um problema pouco discutido abertamente, pois mexe em interesses e estruturas de poder acadêmico. Entretanto, é mister enfrentarmos esta questão. Nós, professores universitários, intelectuais em geral, frequentemente acusamos os políticos de patrimonialismo, de usar o público como se fosse privado, e de deixar interesses privados se sobreporem ao público. Mas não será exatamente isso que ocorre nesses casos de favoritismo, nepotismo ou compadrio quando candidatos são favorecidos por estarem já conectados a alguma rede, grupo ou mesmo indivíduo local?"
E completa o raciocínio: "Outra razão por que é importante este problema ser sanado é a seguinte. Nós, os professores universitários, os intelectuais, somos uma espécie de “grilo falante” da sociedade, a consciência que pensa criticamente e aponta erros e caminhos. Se nós aceitarmos este tipo de “patrimonialismo” entre nós, como poderemos criticar os políticos por fazerem o mesmo?"
Como o professor Angelo Segrillo, também acredito que nem todos os concursos públicos para a carreira do magistério superior são corrompidos. No entanto, há casos gritantes de favorecimentos e manobras internas que precisam ser investigados e punidos rigorosamente. Não como uma espécie de "caça às bruxas", como bem ressalta o professor da Usp, mas, como forma de evitar que favorecimentos ocorram exatamente nos concursos que deveriam servir de exemplo para a sociedade. Nenhum de nós tem o direito de se omitir diante de um problemas desses. Devemos agir não apenas como professores, mas também, e, principalmente, como cidadãos brasileiros na defesa da transparência plena das ações no serviço público.


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