domingo, 19 de maio de 2013

Será a Educação (pública) emancipadora?


Sou daqueles que sempre ficam na dúvida quando o adjetivo "emancipadora" vem ao lado do termo "Educação". Inicialmente, tenho a impressão que são diametralmente opostos. Tenho a sensação de que o sistema educacional, como aparelho ideológico do Estado, que, na prática, representa os valores dominantes, não da maioria, muito menos dos dominados, está mais para "formatador", "aprisionador" do que para "emancipador". É inegável a contribuição de Paulo Freire e da "Nova Ciência", com Edgar Morin e, muito antes, Paul Fayerabend, para que se tente libertar do olhar do método tradicional e reconhecer a Ciência como uma tradição, mas, não necessariamente, a melhor. Como acreditar em emancipação se os próprios pilares do sistema educacional cheiram a enxofre de tão velhos e carcomidos que os são? Dá para acreditar em Educação emancipadora quando as salas de aulas são entupidas de estudantes, em todos os níveis, os laboratórios são pessimamente equipados (também em todos os níveis), os profissionais entraram em um ciclo vicioso de má-formação e não se tem autonomia nem para criticar o próprio umbigo (a escola)? Há uma assepsia política, que gera uma passividade coletiva assustadora, capaz de engessar, quiçá congelar, quaisquer tentativas de emancipação. O que se tem, hoje, é um processo de formatação e padronização mundial. Baseado na premissa de quê não há mais utopia, vida, nem sonho além do capitalismo. E, como no mundo capitalista, vale o individualismo, a vitória do eu-sozinho, a emancipação possível é, exatamente, do eu. E o indivíduo que só pensa em si, não é capaz de reconhecer o outro. E sem reconhecer o outro, a emancipação não passa de exercício discursivo para ludibriar multidões. Nos moldes atuais, Educação, pública ou não, não emancipa nada. No máximo, forma mão-de-obra, às vezes pessimamente qualificada, para alimentar o sistema. Nada a mais!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.