sábado, 18 de maio de 2013

Lições do jornalismo para a vida acadêmica


Chamo a atenção dos "meus" estudantes de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sempre, para um problema ético que considero dos mais graves em relação à prática profissional: a de ser jornalista em um período e assessor de imprensa em outro. Há casos ainda mais esdrúxulos: o mesmo jornalista trabalha como assessor de imprensa de um político, por exemplo, e exerce a profissão como repórter, exatamente na editoria de política. É impossível, no meu entendimento, não haver conflito ético em um caso desses. Não significa que quem exerce a profissão de Assessor de Imprensa, não possa, um dia, ser jornalista noticioso. Ser as duas coisas ao mesmo tempo, e na mesma área, é o que me parece problemático. Essa mesma situação serve para ilustrar e responder a algumas indagações que me fazem nos corredores da Ufam, certamente, com mais doses de maldade e veneno do que de preocupação com o "meu futuro". As abordagens são assim formalizadas:"Professor Gilson Monteiro, o senhor, durante algum tempo foi oposição à professora Márcia Perales Mendes Silva. Na consulta, avaliou que ela era a melhor candidata, trabalhou na campanha, mas, passadas as eleições, voltará a ser oposição?" Respondi com uma nova pergunta:"Seria correto e justo da minha parte trabalhar conjuntamente com os demais colaboradores na proposta para o novo mandato, participar ativamente da campanha como um dos mais próximos assessores da professora Márcia Perales Mendes Silva e, depois, "lavar as mãos" e me afastar?" Posso até estar equivocado na minha avaliação, mas, ao participar da equipe e ajudar a construir uma proposta de trabalho, também sou responsável por ela. Ou não? Bem, e se sou responsável por ela, como fazer oposição a mim mesmo? Não deixarei de ser crítico. Não deixarei de dizer o que penso nem de criticar os pontos que considero passíveis de críticas. O fórum, porém, entendo, deve ser outro. Sempre que for chamado a opinar, pela professora Márcia Perales Mendes Silva, o farei. Depois de ter trabalhado ao lado dela, na campanha, e a ajudado a construir um novo "programa de governo", estou impedido, por uma questão de ética, respeito e lealdade, de fazê-lo publicamente. Assim entendo as relações entre as pessoas. Assim tento manter minha postura. Às vezes erro! Em outras, acerto. Tenho inúmeros defeitos e falhas. Mas, em uma situação dessas, jamais me sentiria confortável em "lavar as mãos" e voltar para o meu posto de "franco atirador". Penso, e, repito, que meu dever moral é me dispor a ajudar a professora Márcia Perales Mendes Silva, como o fiz na campanha, no momento que for chamado (se for chamado). Afinal, entendo, a professora Márcia Perales Mendes SIlva foi reeleita reitora da Ufam. E a Ufam está acima das opiniões divergentes. Foi assim quando eu estive do lado oposto. Será assim, mais ainda, após ter colaborado na campanha da reeleição.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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