sexta-feira, 19 de abril de 2013

A metodologia como nota promissória


Sou de um tempo em que os professores de metodologia da pesquisa defendiam que as hipóteses (ou questões de pesquisa) eram notas promissórias que deveriam ser resgatadas ao final do trabalho. Durante anos rezei por esta cartilha, pratiquei, e obriguei meus estudantes orientados a praticar, um tipo de pesquisa que, finalmente, passei a contestar: a pesquisa extremamente tradicional e cartesiana. Não que este tipo de pesquisa tenha de ser totalmente abandonada. Acontece que, com o tempo, se percebe que a pesquisa tradicional é mais um dos aparelhos ideológicos do estado com o fim de manter o status quo. Aliás, nem sei se o olhar da "nova ciência" é capaz de libertar-nos de alguma coisa no campo da pesquisa, portanto, da Educação. Só sei que hoje integro o time dos inconformados com as metodologias tradicionais que empurram a prática científica para atos tão burocráticos que se assemelham a preenchimento de um formulário. Aliás, na pesquisa, a burocracia é tamanha que se poderia dizer que vivemos a "era do não pode". Um estudante de Pós-graduação, ao chegar ao programa para o qual foi aprovado, recebe uma espécie de "lista do não pode": não pode isso, não pode aquilo, não pode aquil´outro. As práticas burocráticas da pesquisa como noto promissória são transferidas o processo administrativo, também extremamente burocrático, o que tira, quase que totalmente, o prazer da descoberta. Não tenho saída efetivas para este nó ao qual somos submetidos. Penso, porém, que temos, urgentemente, de nos rebelar contra a tradição do olhar com a qual se faz pesquisa nas universidades brasileiras.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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OBS: Post do dia 19/04/2013

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