sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A reforma administrativa da Ufam


A reforma administrativa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não pode se resumir apenas às propostas dos candidatos (e candidata) que prendem ocupar o cargo no quadriênio 2013/2017. Necessariamente deveria passar por uma profunda discussão desencadeada com a Estatuinte que, no entanto, não avançou na direção que deveria tomar. E independe de quem ocupar o cargo de reitor (ou reitora). Isso porque, os representantes dos técnicos, professores e estudantes, referendaram um monstro administrativo que já se reconfigurava dentro da Instituição, sem, no entanto, possuir nenhum sinal de organicidade ou racionalidade administrativa. Hoje, na Ufam, de acordo com o que já foi aprovado na Estatuinte, podem conviver unidades acadêmicas que possuem departamentos e outras não. Cada unidade pode optar pelo modelo que considerar mais orgânico ou mais eficiente do ponto de vista administrativo para aquela unidade. Acontece que, administrativamente, uma organização com o desenho da Ufam, deveria possuir unidades acadêmicas. Como o próprio nome revela, essa unidade acadêmica não é um mero ente administrativo. Deveria ser formada por faculdades, e essas por cursos, cujo ele deveria ser exatamente acadêmico, e não administrativo. Na briga desenfreada pelo poder, o que restou foi um caos administrativo que se levará, talvez, mais 100 anos, para ser resolvido. Isso porque, com a "nova configuração", na prática, as unidades acadêmicas podem até ser administrativas, mas, perdem, há tempos a essência acadêmicas. Abrigam cursos completamente díspares. Para piorar, na estrutura atual desenhada pelos representantes estatuintes, foi confirmada uma aberração administrativa sem paralelo: uma Faculdade com apenas um curso, como o é a Direito, só para ficar em um exemplo, tem o mesmo peso administrativo de um Instituto. Oras, não se precisa ser nenhum especialista em administração para saber que o mínimo de coerência administrativa existira se Os Institutos abrigassem as Faculdades e, essas, por seu turno, os cursos. Com isso, foi instituída uma briga fratricida para que cada curso se transformasse em uma Faculdade. O conhecimento e a troca de saberes foi deixada de lado. Prevalece, atualmente, meros interesses políticos, portanto, de poder, nos conselhos. Mexer com o caos que se instalou, certamente, não será interesse de ninguém. Lamentável para uma universidade que se autointitula centenária como a Ufam.

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