sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Na universidade, o cretino manipula, o cientista convence


Na minha última aula de Fundamentos de Administração, do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que ocorre, neste período letivo, sempre às quintas-feiras, abordei o tema da Comunicação Eficaz e suas relações com o Gerenciamento da Informação e da Comunicação nas Organizações modernas. Trata-se de um tema que, particularmente, me interessa muito e, inclusive, é meu objeto de pesquisa, bem como, é o que se pode chamar de espinha dorsal do Programa de Mídias Digitais da Universidade Federal do Amazonas (ECOEM/UFAM). Para avançar no assunto, em sala de aula, explico o que a Comunicação eficaz, portanto, "na visão do professor da Universidade de São Paulo (USP), Izidoro Blikstein, no livro “Técnicas de comunicação escrita”, da Ática, de São Paulo”, é “tornar comum”, “persuadir” e “produzir respostas”. Tornar comum, do ponto de vista da Comunicação eficaz seria partilhar ideias com as demais pessoas; produzir resposta e receber de volta quilo que espera. Persuadir, no entanto, não significa que, em nome de um fim, os meios a serem usados sejam completamente despidos de respeito e dignidade. Não se pode, em nome do avanço da Ciência, desconhecer o respeito que se deve ter à dignidade da vida humana, por exemplo. Assim, como em uma campanha para a escolha dos dirigentes das Instituições, não se pode usar meramente da manipulação para se obter votos. O que tenho visto, nos corredores e nas tentativas de convencimento vindas dos "Operadores de Call-Center" de alguns candidatos é o tipo de comportamento mais torpe, vil e desumano: o da tentativa de destruição completa de qualquer traço de mérito e de dignidade do outro (ou da outra) para ocupar o seu lugar. Do cientista que não tem problemas de "leveza de caráter", espera-se comportamento ético, na pesquisa e fora dela. Como confiar, que alguém é digno se, ao sair do laboratório, ou sala de aula, comporta-se indignamente? É preciso fazermos a diferença clara entre os verbos manipular, persuadir e convencer, para saber qual o verdadeiro papel da Ciência e do cientista, na sala de aula, nos corredores, na Ufam, e, mais além, na comunidade. Nem todos os dicionários fazem essa diferença proposta. Muitos deles tratam os três verbos como se fossem sinônimos. Mas, não o são. O Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, de Luiz Anttonio Sacconi, é cirúrgico nas definições:"manipular é 1 controlar ou operar com as mãos; 2 Influenciar ou dirigir (inescrupulosamente) pessoas, para obter o que delas se deseja. Persuadir é levar (alguém) a aceitar coisa diversa daquela que inicialmente desejava e convencer é levar (alguém) a reconhecer uma coisa mediante provas cabais e terminantes". Dentro de qualquer universidade, espera-se que a meta seja sempre o convencimento. Portanto, "levar alguém a reconhecer uma coisa mediante provas cabais e irrefutáveis". O que se pratica nos corredores ou às escondidas, é a manipulação cretina e torpe, vil e desonesta, na acepção mais nojenta, dicionarizada por Sacconi para o termo manipular: "2 Influenciar ou dirigir (inescrupulosamente) pessoas, para obter o que delas se deseja." Este será o critério fundamental que usarei para decidir tanto em quem votar quanto em quem não votar no processo de consulta para a reitoria da Ufam. Quem me convencer, leva meu voto. Quem, no entanto, tentar a cretinice de me manipular, terá, não só durante o processo, mas, ao longo da minha vida daqui para a frente dentro da Ufam, os meus nojo e asco.

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