quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A centralização econômica na Educação Superior brasileira


A nova lista das 38 Instituições de Ensino Superior (IES) divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) no último dia 8 nas quais os cursos foram mal-avaliados, há uma "liderança" das mais incômodas e que deveria nos preocupar a todos, independentemente de sermos de IES públicas ou particulares, pois, ao que parece, reflete sério problema no próprio Sistema de Educação Superior do País. Quem poderia imaginar que a toda poderosa e respeitada Pontífice Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) apareceria a liderar, com sete cursos ruis, uma lista negativa do MEC? Mais grave: seguida da não menos poderosa e respeitada Pontífice Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Há ou não algo de errado no "Reino de Mercadante"? Fossem os cursos ruins detectados em "pardieiros" ou Faculdades e Centros de " fundo de quintal", não causaria surpresa. No entanto, quando escolas tradicionais (e olha que nem falei do Mackenzie) revelam, por meio de avaliações do MEC, que enfrentam problemas com professores e infraestrutura é porque algum movimento estratégico no próprio Sistema, certamente, foi equivocado. Não se sabe se a intenção era essa mesma, mas, ao que parece, a abertura para que grandes grupos internacionais investissem na Educação pública brasileira criou algo similar a um PAC-MAN, um dos primeiros jogos digitais de sucesso. No jogo, ganhava mais força quem mais "comia" os concorrentes. Embora confessional, a PUC é uma particular como outra qualquer. Sujeita, portanto, aos "ventos do mercado". E o mercado dos serviços educacionais brasileiros caminha para uma centralização sem limites, empurrado pelas políticas públicas. Isso gera uma crise financeira que afeta, inclusive, instituições mais robustas como as PUCs e o Mackenzie. Sem dinheiro para investir, os cursos perdem qualidade, logo, as Instituições passam a perder estudantes, entram na vala comum da mediocridade e vão terminar vendidas a um tubarão investidor do capital internacional ou a um grande grupo brasileiro. Tenho sérias dúvidas de que a centralização dos negócios educacionais nas mão de dois ou três grandes grupos, nacionais ou não, seja o melhor rumo para a Educação Superior brasileira. É problema dos mais graves e merece reflexão de todos nós!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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