terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Os saberes e as caixinhas administrativas


Poucas unidades da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) lidam tanto com as diversidades como deveriam fazê-lo todas as demais quando o Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL). Uma aberração administrativa gestada ao longo dos anos na Instituição ameaça, porém, implodi-lo. Grande parte das unidades administrativas, em função de interesses individuais e composições políticas danosas, são formadas por Faculdades de apenas um curso. Eis a primeira a primeira aberração: na Ufam, por mais absurdo que o seja, Faculdades possuem o mesmo “peso administrativo” dos Institutos. Em qualquer instituição que se preze, com o mínimo de lógica administrativa, os Institutos são compostos por Faculdades e essas, por cursos. Quando um curso adquire força política suficiente para se transformar, sozinho, em Faculdade, e esta, se transforma em unidade acadêmica equivalente a um Institutito, embora possua apenas um curso, o caos administrativo se instala. Eis o dilema atual do ICHL: uma das unidades mais avançadas do ponto de vista didático-pedagógica, similar às propostas mais modernamente pelos educadores, corre o risco de ser obrigada a se autoimplodir para atender interesses meramente administrativos. Uma das poucas unidades da Ufam que não se curvou às pressões da “divisão do saber” em caixinhas encontra-se em uma encruzilhada: ou se esfacela como unidade e segue o “andar” sem nexo da carruagem ou perde força política no processo decisório da Instituição. Lamentável que em uma universidade os interesses pessoais e as questões menores determinem o caminho a ser seguido. A invés de incentivar o esfacelamento do ICHL, a Ufam deveria se unir e diminuir as “caixinhas dos saberes”. Curvar-se às pressões administrativas é perder a essência de universalização e religação dos saberes. Essa universidade em que os interesses administrativos superam os interesses pedagógicos me envergonha. É lamentável!

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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