sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Princípio que não se aprende na Escola


O capitalismo tomou para si o princípio burguês de “Liberdade, igualdade e fraternidade” advindo da Revolução Francesa. Esse princípio tornou-se mantra e virou parte dos discursos que espalham “lugares-comuns”. Sem comentar a questão da fraternidade, mas, apenas, fixando-se na liberdade e na igualdade, provoco: em qual escola (inclusive universidade) se pratica, efetivamente, a liberdade e a igualdade? Há muito, principalmente depois que ingressei na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em 1985 como estudante, depois, em 1993, como professor, observo se o discurso corresponde à prática. A cada dia, formo a convicção de que liberdade e igualdade são princípios doces na boca de quem fala e amargos na de quem realmente precisa delas. O discurso, normalmente, é lindo! A prática: um terror! Vejamos o hiato que existe entre o discurso pedagógico e o discurso administrativo. Tomemos o caso hipotético de um professor engajado, defensor (e praticamente) da liberdade e da igualdade. Digamos que ele ministra uma aula sobre o tema: fala de igualdade e liberdade o tempo todo. Mas, ao final de 50 minutos (se for em uma universidade) ele termina a aula e é obrigado a “fazer a chamada”. Se for daqueles mais “libertários” abre mão desse instrumento opressor do “controle da frequência”. Se o fizer, porém, fere o Regimento da Instituição. Se não o fizer, ou seja, se praticar o controle de frequência, ferirá, indubitavelmente, o direito à liberdade que tanto prega, e que terminou de pregar neste caso hipotético que aqui levanto. Como se pode pregar a liberdade sem sala-de-aula se fora dela, em qualquer Instituição de ensino, só o controle funciona? Tomemos outro exemplo da vida prática. A meritocracia valoriza o quê? As diferenças, os títulos, a produtividade individual (há em grupo pouco conta), enfim, o foco é no indivíduo, na marca pela diferença. E assim caminha a humanidade e a Escola: centrada em um discurso e fixa em prática completamente antagônica.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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