quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A qualidade como diferencial nas particulares


Quer queiramos, quer não, a transformação da Educação em negócio é uma realidade no Brasil. Portanto, não é mais nenhum pecado ser falar em “mercado da educação”. E nesse mercado, as universidades, centros universitários e faculdades cumprem papel social dos mais relevantes: são essas IES que prestam os “serviços educacionais” às classes C, D e E, público que, necessariamente, deveria ser o das universidades públicas. Só assim cumpriram o papel de ser “socialmente referenciadas”. Por terem como público-alvo as classes C, D e E é que as IES particulares chiaram aos montes com a sanção, pela presidente Dilma Roussef (PT) do projeto que regulamenta a política de cotas nas universidades públicas brasileiras. Das atabalhoadas medidas tomadas no âmbito da Educação pelo Governo Dilma (antes os dois governos de Lula) essa é a que tem mais potencial para promover, efetivamente, a inclusão de pessoas. A medida, pode-se assim dizer, irá “deselitizar”, pelo menos em 50%, as universidades públicas. Ao obrigar as universidades a receberem 50% dos seus estudantes vindos da escola pública, a lei, certamente, tirará do mercado das particulares, 50% dos clientes. Com isso, a concorrência será ainda mais acirrada e, por linhas tortas, o Governo obrigará todas elas a começarem a se preocupar com algo que, em tempos idos, era um luxo: a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Chegará o momento em que só as que oferecerem qualidade no processo educacional permanecerão no mercado. Com a Lei de Cotas, inicialmente prevista para 10 anos, as universidades públicas terminarão por concorrer com as particulares numa faixa de público, as classes C, D e E na qual elas (as particulares) eram soberanas. Isso as obrigará, enfim, a pensar na concorrência. Uma consequência disso é que o mercado começa a ser oligopolizados: só os grandes grupos, nacionais ou não, sobreviverão. E isso não significará aumento de preço nas mensalidades. Como a Lei de Cotas surgiu no momento em que há uma forte concentração no mercado, ao invés de os grandes grupos se sentirem livres para subir o preço das mensalidades, serão obrigados a investir em qualidade e, pelo menos, a manter os preços. No mundo dos negócios, quando o estudante se transforma em cliente, termina por conseguir certos privilégios: a depender das condições do mercado. Atualmente, está favorável aos estudantes (cliente).

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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