terça-feira, 30 de outubro de 2012

A reforma universitária em curso


Além da estratégia institucionalizada de chantagear suas Instituições de Educação Superior (IES), o Governo Federal, aplica outra com mestria: implantar a reforma universitária sem que se tenha de discuti-la no conjunto. Com isso espalham uma nuvem capaz de obscurecer a visão dos movimentos sindicais dos servidores. Estratégia tão vergonhosa e reprovável, por exemplo, foi dividir as categorias e negociar em separado. Do ponto de vista do Governo, mostrou-se a mais eficaz. Esfaceladas, as categorias acumulam derrotas, longas negociações que, ao final, terminam com ganhos quase irrisórios do ponto de vista salarial. A combinação dessas duas estratégias, da chantagem e de esfacelar a “reforma universitária”, fica escondida em cada movimento do Governo. Foi assim no Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) e, também, é assim com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Também aconteceu com a criação das fundações de apoio e, certamente, ocorrerá quando propuserem a criação da Empresa Brasileira de Serviços Educacionais (EBSEDUC) para administrar a contratação e o gerenciamento das atividades dos professores das universidades federais brasileiras. Aceitar a EBSERH é abrir uma porteira imensa para que, no futuro, o Governo crie a EBSEDUC e, enfia, conclua o objetivo estratégico de implantar um modelo completo de “o estado mínimo na educação”. Ou alargamos a nossa capacidade de enxergar cada movimento desses do Governo e o combatemos de frente ou perderemos a guerra. Há que se admitir, aliás, que muitas lutas já foram perdidas durante essa batalha. O modelo privatista de universidade ganha corpo, inclusive, entre grande parte dos nossos colegas professores e professoras. Não podemos perder, porém, a capacidade de reler a realidade e de lutar contra ela.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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