terça-feira, 24 de julho de 2012

Negociações não avançam: nova reunião marcada para hoje


Quem esperava algum avanço como resultado da reunião de ontem realizada entre o Governo Federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes-Federação), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Técnica e Tecnológica (Sinasefe) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) frustrou-se. Pelo lado do Governo compareceram Marcela Tapajós e Silva (MPOg – veja artigo dela sobre o assunto), Marco Antônio (SETEC/MEC) e Amaro Lins (Sesu). As entidades representativas dos trabalhadores, sem exceção, rejeitaram a proposta do Governo Federal apresentada no último dia 13 de julho. Ao invés de tentar avançar nas negociações, os representantes do Governo tentaram rebater, ponto a ponto, as críticas dos trabalhadores à Proposta. O que o Andes-SN chama de cláusula de barreira, o Governo denomina de “critérios legítimos para a melhor qualidade da Educação”. Insiste em que o reajuste é acima da inflação “para todos” e tem por objetivo valorizar a titulação. Aqui há uma questão conceitual que precisa ser explicada: o Andes-SN não exclui a valorização da titulação. Defende, porém, que esse não seja o único critério para a progressão na carreira. Quanto aos 180 dias para posterior definição dos critérios de avaliação, o Governo não entende que seja um atentado à autonomia da universidade brasileira. “Autonomia não é soberania”, rebateu um dos representantes do Governo na reunião de ontem. Os discursos deixaram claro que o Governo Federal não pretende abrir mão do viés produtivista implementado na universidade brasileira pelo Governo Fernando Henrique Cardoso e refinado pelo Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Defenderam que querem “fomentar melhores práticas de avaliação para melhorar a qualidade da educação e que a proposta dá coerência, dinamismo e não afeta a autonomia universitária”. Nova reunião foi marcada para hoje com horário ainda a ser definido. No entanto, pelo jeito se há mesmo interesse em mudar esse víeis do produtivismo baseado apenas em números de artigos publicados em revistas especializadas será necessária endurecer o discurso e manter a mobilização. Caso contrário, a composição do professor (e da professora) será cada vez mais baseada na atuação em programas de Pós-graduação, nos prêmios obtidos e nos artigos publicados.

Se você ainda não leu a “Carta aberta ao secretário Sérgio Mendonça”, cliquei aqui, leia e replique. Todos precisamos refletir sobre o problema. Juntos!

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