sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Remuneração vergonhosa dos professores universitários


Há muito, nem na retórica, o Estado brasileiro digna-se a encarar a Educação como prioridade. Ao contrário, vive-se um momento de extrema indignação por parte dos que trabalham na chamada Educação Superior a ponto de 52 universidades brasileiras estarem em greve. Vejamos, juntos, na foto a seguir, um retrato da Carreira do Magistério Superior da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Os vencimentos são referentes a Fevereiro de 2009 e foi sobre eles que incidiram o “fantástico” aumento emergencial de 4% com o qual o Governo Federal, por meio de Medida Provisória, tentou brecar a greve. Na tabela, os números revelam toda a carreira do Magistério na Ufam. Um professor Auxiliar, Nível 1, inicia a carreira com Remuneração Básica de R$ 1.728,30. Se não fizer nenhum curso de Mestrado, permanece na mesma categoria por 8 anos. Só muda de Nível de dois em dois anos mediante um processo interno de avaliação, quando passa para Assistente, Nível 1, com Remuneração Básica de R$ 2.001,86. Vale ressaltar que, na avaliação interna, o professor só muda de nível se, durante os dois anos, desenvolver atividades equilibradas entre si, de Ensino, Pesquisa e Extensão. Um professor Assistente, portanto, ainda que não faça um curso de Doutorado, em 8 anos sobe para Adjunto 1, com R$ 2.318,71 de Remuneração Básica. Então, deve passar mais 8 anos na Classe até ter o direito de mudar para professor Associado, com a Remuneração Básica de R$ 2.758,26. Por fim, 8 anos depois, o professor chega ao Nível Único da Carreira e, por meio de concurso, só quando há vagas e se aprovado, passa a ser Titular, com Remuneração Básica de R$ 3.110,85. Isso significa que, um professor, se não fizer nenhum curso de qualificação, demora 32 anos para chegar ao topo da carreira. Não se deve esquecer que a discussão da Carreira deve sempre levar em conta a Remuneração Básica e não a Remuneração Bruta, uma vez que, para efeito de aposentadoria, o cálculo leva em conta o Básico e não o Bruto. Essa é a discussão central que motivou a greve. Quem considera digna uma tabela de Remuneração dessas?

Visite também o Blog Gilson Monteiro Em Toques e o novo Blog do Gilson Monteiro. Ou encontre-me no www.linkedin.com e no www.facebook.com/GilsonMonteiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.