terça-feira, 12 de junho de 2012

O falso dilema da Pós e a metáfora do Bebun


Ontem, na assembleia setorial do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a professora do Departamento de Comunicação Social (DECOM), doutora Sandra Maria Campos, em sua falou, apresentou a “metáfora do Bebun” para ressaltar que há uma política pública que “embriagada” os doutores, os faz apresentar projetos de Programas de Mestrado e Doutorado, porém, depois vem a ressaca, ou seja, a falta de infraestrutura e de condições de trabalho para o desenvolvimento das atividades básica de pesquisador. Acerta na mosca a professora. O que ocorrer é isso mesmo: doutores e doutoras são iludidos com as estatísticas dos programas de Pós-graduação, principalmente na Ufam, porém, ao ingressarem na Instituição, passam a fazer um trabalho voluntarioso, pois, nem recebem função gratificada para exercerem a coordenação dos Programas de Pós. O mais interessante dessa metáfora usada pela professora é que ela se aplica, em grande parte dos casos, a muitos professores e professoras que, em época de greve, como agora, aparecem nas assembleias da categoria, no momento da ressaca, reclamam da Capes, da falta de condições de trabalho e da exploração à qual são submetidos. Ao saírem das assembleias, porém, voltam para o vício, enchem a cara de ilusão e vão ministrar aulas e exercer suas funções nos programas de Pós. São professores  (e professoras) que defendem arduamente que não deve haver nenhum tipo de distinção entre Graduação e Pós-graduação, porém, em Greve, param imediatamente as atividades nos cursos de Graduação e insistem em que não se pode parar a Pós, “porque temos de cumprir prazos da Capes”. Trata-se, efetivamente, da “metáfora” do Bebun: na ressaca, correm para os braços da categoria, quando voltam a si, passam a se embriagar de novo com as ilusões da Pós.

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