domingo, 24 de junho de 2012

O estupro na Educação Superior brasileira


Não tenho nenhuma dúvida! Definitivamente, ao fim desta greve dos professores das universidades públicas brasileiras, sairá vencedor ou o modelo privatista e de negócios implementado no governo de Fernando Henrique Cardoso e refinado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ou brota, de novo, a chama de uma universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada socialmente como defende o Sindicado Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). E sabem o porquê de falar em “modelo privatista”? Pelo simples fato de que, há muito, é o que ocorre nas universidades brasileiras. Em nome da troca de experiências e aproximação coma sociedade, principalmente após a aprovação da Lei de Inovação Tecnológica, o que ocorre é isso: professores montam verdadeiras empresas privadas, travestidas de centros de pesquisa, e passam a oferecer serviços e negócios usando toda a estrutura montada com dinheiro público captado por meio de projetos de pesquisa e extensão. Não quero apelar para a questão ética, apenas me pergunto: é justo uma empresa não investir um centavo e depois se apoderar do conhecimento produzido (às vezes à custa da exploração de inúmeros bolsistas) e dos produtos e deixar apenas migalhas para a universidade, enquanto seus professores ganham milhões. Talvez desse “caldo” todo até se tenha, no final de tudo, melhorias em bloco para a sociedade. Do ponto de vista do capitalista, porém, é a universidade se curvar ao modelo de exploração, de rapinagem, tão combatido ao longo dos anos. No capitalismo, entendo eu, os investimentos precisam ser de risco. Investir na universidade dessa forma é reduzir os riscos quase ao zero. A mim me parece que nesse modelo que ora passa a vigorar nas universidades públicas brasileiras, o que se tem é um estupro e não o que chama de parceria público-privada. Se, da greve, sairmos, pelo menos, como esse dilema resolvido e com uma universidade na qual os professores não precisaram usar mais máscaras para esconder seus escritórios de fachada (ou regulamentados terá sido o maior ganho do movimento.

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