segunda-feira, 28 de maio de 2012

A corrupção que destrói a academia mundo afora


No dia 24 de janeiro deste ano, na postagem “O silêncio dos dissidentes: a reputação da ciência preservada”, citei Paul Feyerabend, que no livro “A Ciência em uma sociedade livre”, dá um tapa com luva de pelica na cada de muitos pesquisadores e cientistas: “A unanimidade é muitas vezes resultado de uma decisão política: os dissidentes são suprimidos ou permanecem em silêncio para preservar a reputação da Ciência como fonte de conhecimento confiável e quase infalível. Em outras ocasiões, a unanimidade é resultado de preconceitos compartilhados...”. [...] Assim, mais uma vez, a unanimidade pode indicar uma redução de consciência crítica: a crítica permanece fraca enquanto apenas uma opinião está sendo considerada. Esta é a razão pela qual uma unanimidade que depende apenas de considerações “internas” acaba sendo errônea.” Sábado, o jornal Folha de S. Paulo, publicou o texto “A corrupção acadêmica e a crise financeira”, de CHARLES FERGUSON, do jornal "GUARDIAN". Diz ele: Muitas pessoas que viram meu documentário "Trabalho Interno" (2010) acharam que a parte mais perturbadora é a revelação sobre amplos conflitos de interesses em universidades e institutos de estudos e entre pesquisadores acadêmicos. Espectadores que assistiram às minhas entrevistas com eminentes professores universitários ficaram estarrecidos com o que saiu da boca deles. Mas não deveríamos ter ficado surpresos. Nas duas últimas décadas, médicos já comprovaram de modo substancial a influência que o dinheiro pode exercer num campo supostamente objetivo e científico. De modo geral, as escolas de medicina e os periódicos médicos vêm reagindo bem, aderindo às exigências de transparência. Os cursos de pós-graduação em economia, as faculdades de administração, as de direito e as de ciência política vêm reagindo de modo muito diferente. Nos últimos 30 anos, parcelas importantes do mundo acadêmico americano foram deterioradas, convertendo-se em atividades do tipo "pay to play" (pague para participar). Leia o texto inteiro no link da Folha de S. Paulo. Em época de greve, refletir sobre essa prática corrupta dos cientistas talvez explique como grande parte deles tergiversa para não participar do movimento. Em certa medida, talvez façam parte do Clube apontado pelo jornal e pelo documentário em questão.

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