segunda-feira, 2 de abril de 2012

O erro de ver a Ciência como única tradição


É de causar preocupação ao cidadão e à sociedade essa tendência monopolizadora da Ciência como única e correta forma de se “olhar” a vida. São inegáveis os avanços da humanidade com o progresso e a evolução da Ciência. No entanto, é preciso reconhecer a validade de todas as demais tradições, depois, os próprios limites da Ciência. O saber científico não é a verdade absoluta sobre as coisas da vida, do universo. Todo o saber científico possui limites. E esses limites devem ser reconhecidos pela sociedade. Para evitar o endeusamento das profissões e dos saberes. Tomemos por exemplo, a Medicina. Médico é médico. Graduado em Medicina como qualquer outro curso de graduação. Transformá-los em deuses, em donos da vida, é erro gravíssimo. A Medicina, como Ciência, não sabe tudo sobre a vida, muito menos sobre a morte. Há um agravante moderno: a Medicina transformou-se em negócio. Ao invés de ser uma profissão cujo objetivo social deveria ser lutar para preservação da vida, virou uma cadeia de negócios que lucra até com a morte. Assim sendo, não pode ser vista como a única tradição capaz de “salvar vidas”, muito embora, seja a principal. Querem um exemplo do limite de conhecimento da Medicina sobre as doenças? Não é raro a população chegar aos hospitais e receber algum tipo de medicação, normalmente incapaz de fazer mal nenhum (muito menos bem) e receber o diagnóstico que se trata de uma virose. Quando um médico diagnostica uma doença como virose, em verdade, não sabe do que se trata. É o reconhecimento público de uma categoria dos limites da própria Medicina como Ciência. Em todas as áreas é assim. Portanto, é importante reconhecer a Ciência, endeusá-la, porém, não se deve. Todas as tradições devem ser aceitas e respeitadas. Nenhuma delas, porém, endeusadas. Nem mesmo a religião. Pior ainda é a Ciência ser transformada em religião. Quando isso acontece, o caos está próximo.

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