sexta-feira, 30 de março de 2012

O monopólio do saber nas universidades


Nas universidades brasileiras parece haver uma tendência a se tentar monopolizar o saber. Muitos dos professores, que agora preferem ser atendidos pela “alcunha” de pesquisadores, deveriam usar constantemente o Facebook. Talvez, assim entendessem e, quem sabe, até pusessem em prática, a essência do verbo compartilhar. Arautos da modernidade (ou até da tal pós-modernidade), muitos esquecem, esquecem, porém, o que muda, efetivamente, com a Internet: liberdade, cidadania e responsabilidade. Um dos maiores desafios, não apenas da universidade brasileira, é trabalhar em rede. Compartilhar saberes. Sair, definitivamente, daquela divisão em disciplinas, em caixinhas do conhecimento, cada uma no seu lugar. O lócus do saber é a vida. A universidade é parte dela. Nada a mais. Por ter todo o conhecimento nela produzido financiado por recursos públicos, no caso das federais, é dever que seja compartilhado com a sociedade. O que nos move no Grupo de Estudos e Pesquisa em Ciências da Comunicação, Informação, Design e Artes (Interfaces), no últimos oito anos, é defender, e tentar praticar (pois não é nada fácil) a cultura hacker: as informações são um poderoso bem concreto e é um dever moral compartilhá-las. Essa deveria ser a essência de qualquer universidade. Ainda mais se for uma universidade pública. Vale, aos que pensam serem donos dos saberes, refletirem sobre o assunto. Quem sabe não derrubam o muro que os isola dos próprios colegas ao lado? A universidade e a sociedade passarão a ser melhores quando os conhecimentos foram compartilhados livremente como um bem social inalienável.

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