sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A EAD não salva a Educação brasileira

Sou entusiasta da Educação a distância (EAD). Conheço o processo de implantação no Brasil desde o Instituto Universal Brasileiro (IUB), que oferecia os mais diversos cursos por correspondência. Discordo, porém, da forma como tem sido incentivada em todos os âmbitos da administração pública: federal, estadual e municipal. Os problemas estruturais da educação brasileira não serão resolvidos com a pura e simples distribuição de diplomas. O pressuposto fundamental da EAD é a participação efetiva dos estudantes, coisa que ocorre em nível muito menor do que na educação presencial. Oferecer cursos de graduação a distância para pessoas que passaram por um Ensino Médio de péssima qualidade é por em risco o sistema educacional inteiro. O que sem tem, na verdade, hoje em dia, é um sistema de EAD centrado em formar “no atacado” para, ao final, serem apresentadas estatísticas de “desempenho acadêmico” melhor que o da educação presencial. Acontece que na EAD o sistema de avaliação é diferente. Quando estudantes são reprovados, existe o “plano de estudo”, que tem a pretensão de “recuperar” em um mês o que não foi possível de ser aprendido em três ou quatro meses. Educação presencial e educação a distância são formas complementares de tentar suprir a vala entre os que possuem a educação formal e os que não a possuem. No entanto, uma modalidade não substitui a outra. A EAD não salva a educação brasileira. Tentar alçá-la a esse nível é um erro grosseiro, que trará conseqüências funestas com o passar dos anos.

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