sábado, 29 de outubro de 2011

Universidade não é fábrica

Causa-me espanto que tenhamos aceito ser avaliados, principalmente nos programas de Pós-graduação, como se fossemos uma fábrica, e nosso melhor ou pior desempenho fosse centrado no número de egressos (formados não importa como) e no número de artigos e livros que produzimos. É nivelar no raso campo da mera estatística e despolitizar, inclusive, o processo da produção em Ciência no País. A Ciência não é neutra como não o é nenhuma atividade que envolva seres vivos, uma vez que todos, sem nenhuma exceção, somos sujeitos de um processo maior que se chama vida. A neutralidade da Ciência esconde o uso político que dela é feito para manter o status quo. E para sustentar esse discurso da neutralidade da Ciência (e dos cientistas) recorre-se ao método, que deve ser baseado no distanciamento (portanto na neutralidade) do sujeito em relação ao objeto. Centrar as discussões nesse tipo de “verdade” é admitir que os programas de pós-graduação fazem parte de uma fábrica de “forma” cientistas “neutros” para reproduzir esse mesmo discurso vida afora. Reflitamos sobre isso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe! Comente! Seu comentário é fundamental para fazermos um Blog participativo e que reflita o pensamento crítico, autônomo livre da Universidade Federal do Amazonas.