sexta-feira, 17 de junho de 2011

Crise dos paradigmas tradicionais

A conclusão mais evidente que posso chegar após os dois dias de apresentação de trabalhos no GT Comunicação e Cibercultura, do XX Encontro Anual da Compós, no auditório da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi: há uma crise nos paradigmas tradicionais da ciência e, mais ainda, nas teorias da comunicação. Em algumas falas, nos dois dias, as previsões foram catastróficas, inclusive, de que a própria comunicação não existe. Talvez seja uma visão fatalista demais. Não sei se há verdadeiramente uma crise da ciência ou da área. A crise, ao que parece, é existencial. O homem da era dos computadores e das redes não consegue mais se enxergar por meio do modelo representacionista tradicional no qual o mundo é pré-dado à parte a experiência humana. Ao que parece, não é verdade que o cérebro recebe passivamente as informações vindas do mundo. Em vários campos do conhecimento, a visão representacionista é contestada. Há quem defenda, como Maturana e Varela, que os seres vivos são autônomos. Aprendem com o mundo mas também são ensinados por eles e o ensinam. O conhecimento, portanto, nasce das interrelações. O todo não é simplesmente a soma das partes. A crise é do paradigma representacionista, que não consegue dar conta dos estudos e avanços das conexões, das redes. Talvez das “conexões ocultas” de Fritof Capra, ou da “Biologia da crença”, de Bruce Lippton. Bom para o mundo e para os humanos que esse novo olhar, essa reação ganhe corpo. Excelente resultado do GT de Cibercultura da Compós 2011. Que avancemos nas reflexões e nas pesquisas! Que o olhar seja para a frente e não aponte para um retorno ao passado.


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